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          Marcos 16:15
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Marcos 16:15
Lição da Escola Sabatina
 
Da contaminação à purificação
VERSO PARA MEMORIZAR: “Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (Dn 8:14).

LEITURAS DA SEMANA: Dn 8; 2:38; Gn 11:4; Lv 16; Hb 9:23-28

A visão relatada em Daniel 8 foi concedida ao profeta em 548-547 a.C. e apresenta alguns esclarecimentos significativos sobre o juízo referido em Daniel 7. Diferentemente das visões de Daniel 2 e 7, a visão de Daniel 8 deixa de fora Babilônia e começa com a Média-Pérsia, pois naquele momento o Império Babilônico estava em declínio, e os persas estavam prestes a substituí-lo como a próxima potência mundial. A visão de Daniel 8 se assemelha à de Daniel 7. A linguagem e os símbolos mudam em Daniel 8 porque essa visão focaliza de maneira precisa a purificação do santuário celestial em conexão com o Dia da Expiação celestial. Portanto, a contribuição distintiva de Daniel 8 está em seu foco nos aspectos do santuário celestial. Enquanto Daniel 7 mostra o tribunal celestial e o Filho do Homem recebendo o reino, Daniel 8 apresenta a purificação do santuário celestial. Portanto, como os paralelos entre esses dois capítulos indicam, a purificação do santuário celestial retratada em Daniel 8 corresponde à cena do juízo de Daniel 7.
Sábado à tarde
Domingo
O carneiro e o bode

1. Leia Daniel 8. Qual é o conteúdo dessa visão e qual é o paralelo entre ela e o que vimos em Daniel 2 e 7?

Assim como em Daniel 2 e 7, o capítulo 8 apresenta outra visão da ascensão e queda dos impérios mundiais, embora com um simbolismo diferente. Esse simbolismo está diretamente relacionado ao santuário de Deus. Nesse caso, os símbolos de um carneiro e um bode foram usados devido à sua relação com o ritual do santuário no Dia da Expiação, uma ocasião de juízo para o antigo Israel. Carneiros e bodes eram usados como ofertas sacrificais no serviço do santuário. Contudo, somente no Dia da Expiação os dois são mencionados juntos. Por isso, esses dois animais foram escolhidos intencionalmente para lembrar o Dia da Expiação, que é o foco principal da visão.
Enquanto a visão se desenrolava, Daniel viu um carneiro dando marradas em três direções diferentes: para o ocidente, para o norte e para o sul (Dn 8:4). Esse movimento tríplice indica a expansão desse poder: “nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder; ele, porém, fazia segundo a sua vontade e, assim, se engrandecia” (Dn 8:4). Conforme explicado pelo anjo, o carneiro com dois chifres representa o Império Medo-Persa (Dn 8:20), e as três direções provavelmente apontem literalmente para as três maiores conquistas dessa potência mundial.
Em seguida, surge um bode com um grande chifre, que representa o Império Grego, sob o comando de Alexandre, o Grande (Dn 8:21). O fato de que o bode se movia “sem tocar no chão” (Dn 8:5) significa que ele se movia rapidamente. Esse simbolismo comunica a rapidez das conquistas de Alexandre, que Daniel 7 apresenta como um leopardo alado. Mas, como a profecia indica, quando o bode se engrandeceu sobremaneira,
“o seu grande chifre foi quebrado” (Dn 8:8, NVI) e deu lugar a quatro chifres, que se estendiam aos quatro quadrantes da bússola. Isso se cumpriu por ocasião da morte de Alexandre em Babilônia, em junho de 323 a.C., com a idade de trinta e três anos, tendo seu reino sido dividido entre seus quatro generais.

Entre Daniel 2:38 e Daniel 8:20, 21, três dos quatro impérios revelados nas visões foram nomeados. Como esse fato surpreendente confirma a exatidão da nossa interpretação dessas profecias?
Ano Bíblico: Nm 33, 34
Ano Bíblico: Nm 33, 34
Segunda-feira
A ascensão do chifre pequeno

2. Leia Daniel 8:8-12. Para quais direções o chifre pequeno estava se movendo? Por que é importante entender isso? Assinale a alternativa correta:
A. (  ) Para o ocidente e para o norte. O chifre pequeno jamais seria destruído.
B. (  ) Para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa. Isso é importante, pois revela até onde se estenderia o domínio do chifre pequeno.

Depois de descrever quatro chifres se espalhando aos quatro ventos do Céu, o texto bíblico declara que, de um deles, surgiu um chifre pequeno. A questão aqui é se esse chifre/poder veio de um dos quatro chifres, que, como vimos ontem, representam os quatro generais de Alexandre, ou de um dos quatro ventos. A estrutura gramatical do texto na língua original indica que esse chifre vem de um dos quatro ventos do Céu. E visto que esse poder surge após o Império Grego e suas quatro ramificações, um entendimento comum é que esse chifre seja Roma, pagã e depois papal. Conforme o Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, “Este ‘chifre pequeno’ representa Roma em ambas as fases, pagã e papal. Daniel viu Roma, primeiramente em sua fase pagã e imperial, guerreando contra o povo judeu e os cristãos primitivos e, depois, na fase papal, seguindo até o presente e o futuro” (v. 4, p. 926).
De acordo com o texto bíblico, o chifre pequeno primeiramente realizou um movimento horizontal “e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa” (Dn 8:9). Essas três direções correspondem às três principais áreas que caíram sob o domínio de Roma pagã.
À medida que o chifre pequeno se torna o principal protagonista da visão, sua expansão vertical recebe atenção detalhada. Nesse sentido, o chifre corresponde precisamente ao chifre pequeno de Daniel 7, como mostra a seguinte comparação: (1) ambos os chifres são pequenos no início (Dn 7:8; 8:9); (2) ambos se tornam grandes posteriormente (Dn 7:20; 8:9); (3) ambos são poderes persecutórios (Dn 7:21, 25; 8:10, 24); (4) ambos se engrandecem e são blasfemos (Dn 7:8, 20, 25; 8:10, 11, 25); (5) ambos têm como alvo o povo de Deus (Dn 7:25; 8:24); (6) ambos têm aspectos de sua atividade delineados pelo tempo profético (Dn 7:25; Dn 8:13, 14); (7) ambos se estendem até o tempo do fim (Dn 7:25, 26; 8:17, 19); e (8) ambos enfrentam a destruição sobrenatural (Dn 7:11, 26; 8:25). Por fim, visto que o chifre pequeno de Daniel 7 representa o papado, a expansão vertical do chifre pequeno em Daniel 8 deve representar o mesmo poder. Portanto, como em Daniel 2 e 7, o principal poder final é Roma, tanto pagã quanto papal.
Terça-feira
O ataque ao santuário

3. De acordo com Daniel 8:10-12, que tipo de atividade o chifre pequeno realiza? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A. (  ) Atinge o exército dos Céus e tira do Príncipe o sacrifício diário.
B. (  ) Ele se dobra ao Príncipe dos exércitos e Lhe rende adoração.

Em Daniel 8:10, o chifre pequeno tenta replicar, no nível espiritual, os esforços dos construtores de Babel (Gn 11:4). Os termos “exército” e “estrelas” podem designar o povo de Deus no Antigo Testamento. Israel é chamado de hostes/exércitos do Senhor (Êx 12:41). Daniel descreveu o povo fiel de Deus resplandecendo como as estrelas (Dn 12:3). É claro que isso não é um ataque literal aos corpos celestes, mas uma perseguição ao povo de Deus, cuja “pátria está nos Céus” (Fp 3:20). Embora milhares de cristãos tenham sido mortos por imperadores pagãos, o foco agora está nas ações verticais do chifre pequeno. Portanto, o cumprimento supremo dessa profecia deve estar ligado à Roma papal e à sua perseguição através dos séculos.
Além disso, Daniel 8:11 fala sobre um “Príncipe”, mencionado em outras porções de Daniel como “Messias, o Príncipe” (Dn 9:25; ARC),  “Miguel, vosso Príncipe” (Dn 10:21) e “Miguel, o grande Príncipe” (Dn 12:1). Ninguém, a não ser Jesus Cristo, poderia ser o referente dessa expressão. Jesus Cristo é o Príncipe do “exército” mencionado acima e o nosso Sumo Sacerdote no Céu. Portanto, o papado e o sistema religioso que ele representa ofuscam e tentam substituir a função sacerdotal de Jesus.
Em Daniel 8:11, o “sacrifício diário” aparece em conexão com o santuário terrestre a fim de designar os aspectos diversos e contínuos dos serviços rituais – incluindo os sacrifícios e a intercessão. É mediante esses serviços que os pecadores são perdoados, e o problema dos pecados é resolvido no tabernáculo. Esse sistema terrestre representa o ministério de intercessão de Cristo no santuário celestial. Portanto, como a profecia prediz, o papado troca a intercessão de Cristo pela intercessão dos sacerdotes. Por meio dessa adoração falsificada, o chifre pequeno tira o ministério de intercessão de Cristo e simbolicamente derruba o lugar de Seu santuário.
“Deitou por terra a verdade; e o que fez prosperou” (Dn 8:12). Jesus declarou que Ele é a verdade (Jo 14:6) e que a Palavra de Deus é a verdade (Jo 17:17). Em contrapartida, o papado proibiu a tradução da Bíblia para o idioma do povo, colocou a interpretação das Escrituras sob a autoridade da igreja e a tradição ao lado da Bíblia como regra de fé.

O conhecimento da verdade bíblica é importante em contraste com as tradições humanas?
Ano Bíblico: Dt 1-3
Quarta-feira
A purificação do santuário

4. O que ocorre em Daniel 8:14? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A. (  ) O sacerdote oferece um novilho.
B. (  ) O santuário é purificado.

Após o ataque devastador do chifre, foi feito o anúncio de que o santuário seria purificado. A fim de entender essa mensagem, devemos ter em mente que a purificação do santuário mencionada em Daniel 8:14 corresponde à cena do juízo descrita em Daniel 7:9-14. E visto que esse juízo ocorre no Céu, o santuário também deve estar localizado nesse mesmo lugar. Portanto, enquanto Daniel 7 descreve a intervenção de Deus e Sua relação com os assuntos humanos a partir de uma perspectiva judicial, Daniel 8 descreve o mesmo evento do ponto de vista do santuário.
O santuário terrestre foi moldado de acordo com sua contraparte celestial e servia para ilustrar os amplos desdobramentos do plano de salvação. A cada dia, os pecadores traziam seus sacrifícios para o santuário, onde as pessoas eram perdoadas de seus pecados confessados à medida que estes eram, em certo sentido, transferidos para o santuário, que, como resultado, ficava contaminado. Por isso, um processo periódico de purificação era necessário a fim de limpar o santuário dos pecados registrados nele. Esse processo era chamado de Dia da Expiação e ocorria uma vez por ano (veja Lv 16).
Por que o santuário celestial precisa de purificação? Por analogia, podemos dizer que os pecados confessados dos que aceitaram Jesus foram “transferidos” para o santuário celestial, assim como os pecados dos israelitas arrependidos haviam sido transferidos para o santuário terrestre. No Dia da Expiação terrestre, muitos animais eram mortos, simbolizando a posterior morte de Jesus – dessa maneira os pecadores podiam sobreviver no Dia da Expiação.
E se isso acontecia no Dia da Expiação terrestre, quando o santuário era purificado, muito mais deveria ocorrer no santuário celestial, em que somente o sangue de Cristo nos faz sobreviver no juízo! A purificação do santuário, descrita em Daniel 8:14, é a contraparte celestial do serviço terrestre, cuja mensagem fundamental é: como pecadores, necessitamos do sangue do Messias para nos perdoar os pecados e nos habilitar a sobreviver no juízo.

O que Hebreus 9:23-28 revela sobre a salvação que temos mediante o sacrifício de Jesus?

Ano Bíblico: Dt 4-7
Quinta-feira
O calendário profético

5. Qual foi a pergunta feita em Daniel 8:13? Como isso nos ajuda a entender a resposta no verso seguinte?

Qual é o cronograma das 2.300 tardes e manhãs? Primeiramente, devemos observar que após Daniel ter visto o carneiro e o bode, e em seguida as ações e os danos causados pelo chifre pequeno, a visão passa a uma pergunta, em Daniel 8:13. Essa pergunta diz respeito especialmente ao que ocorrerá no fim desse período profético, não à sua duração. Além disso, esse período não pode ser limitado apenas à duração das ações do chifre pequeno, pois o termo “visão” inclui tudo, desde o carneiro até as ações do chifre pequeno. Portanto, esse deve ser um longo período de tempo histórico real.
À pergunta “até quando durará a visão” (carneiro [Média-Pérsia], bode [Grécia] e o chifre pequeno e suas ações [Roma, pagã e papal]), o outro ser celestial respondeu: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (Dn 8:14). Como já foi observado, esse período é muito longo porque começa durante a época do Império Medo-Persa e se estende pelos dias do Império Grego e de Roma pagã e papal, milhares de anos. De acordo com o método historicista de interpretação (veja a lição 1), esse período profético deve ser calculado com base no princípio do dia/ano, o que significa que as 2.300 tardes e manhãs correspondem a um período de 2.300 anos. Caso contrário, os 2.300 dias corresponderiam a um pouco mais do que apenas seis anos, um tempo muitíssimo curto para todos os eventos da visão. Portanto, o princípio do dia/ano deve estar em vigor.
Daniel 8 não apresenta as informações que nos permitem calcular o início desse período de tempo, o que evidentemente poderia estabelecer seu fim. Mas Daniel 9 apresenta essa informação crucial (veja a lição da próxima semana).

Os 2.300 anos dessa profecia constituem a mais longa profecia de tempo da Bíblia. Pense nisto: 2.300 anos! É muito tempo, especialmente se comparado ao nosso tempo de vida atualmente. Como esse contraste nos ajuda a ser pacientes com Deus e em nossa espera pelos eventos finais?
Ano Bíblico: Dt 8-10
Sexta-feira
Estudo adicional

A seguinte tabela resume a sequência dos reinos descritos em Daniel 2, 7 e 8. O que ela revela sobre a purificação do santuário?.
Ano Bíblico: Dt 11-13
Ano Bíblico: Nm 35, 36
Há paralelos entre os capítulos. Não apenas as nações são descritas de maneira paralela, a cena do juízo em Daniel 7, que surge após os 1.260 anos (538 d.C. – 1798 d.C.) de Roma papal, está em paralelo com a purificação do santuário, que em Daniel 8 também surge depois de Roma. Esse juízo celestial em Daniel 7, que leva ao fim do mundo, é a mesma coisa que a purificação do santuário em Daniel 8. São dadas duas representações diferentes da mesma coisa, e ambas ocorrem após o período de 1.260 anos de perseguição perpetrada pelo chifre pequeno.

Perguntas para discussão
1. De acordo com a tabela, a purificação do santuário (ou o juízo em Daniel 7) deve ocorrer antes ou depois dos 1.260 anos do chifre pequeno? Antes ou depois do estabelecimento do reino eterno de Deus?
2. Daniel 8 descreve a violência e a maldade na História. Os dois animais, simbolizando dois impérios mundiais, lutam entre si (Dn 8:1-8). O chifre pequeno que surge após eles é violento e perseguidor (Dn 8:23-25). Portanto, as Escrituras não minimizam o sofrimento. Isso nos ajuda a confiar na bondade de Deus, apesar do mal que vemos ao nosso redor?